segunda-feira, 19 de maio de 2014

Louis Ferdinand Céline por Jean-Pierre BOISTEL



"(...) Na pequena sala de jantar ao lado, percebíamos o pai a andar de um lado para o outro. Não devia ter a sua atitude pronta ainda para a circunstância. Talvez esperasse que os acontecimentos se precisassem antes de ter de escolher uma postura. Permanecia numa espécie de limbo. Os seres vão de uma comédia para a outra. Entretanto, a peça não está montada, eles não discernem ainda os contornos, o seu papel propício, então permanecem ali, de braços bamboleantes, diante do acontecimento, os instintos virados como um guarda-chuva, sacudidos de incoerência, reduzidos a si mesmos, quer dizer, a nada. Bois sem palácio."

Nenhum comentário:

Postar um comentário