A violência do discurso e o discurso da violência: Céline versus Sartre
Adson Cristiano Bozzi
“Mas se Hitler me dissesse
Ferdinand, é a grande partilha! Partilharemos tudo! Ele seria meu
amigo! Os judeus prometeram partilhar, mas eles, como sempre,
mentiram...”
Louis-Ferdinand Céline. Bagatelles pour un massacre, 1937.
“O teu amigo Hitler, Louis-Ferdinand,
Teria podido te dizer, tanto o caso é conhecido,
Que o sangue dominado e o sangue dominante
Têm a mesma cor no crematório.”
Teria podido te dizer, tanto o caso é conhecido,
Que o sangue dominado e o sangue dominante
Têm a mesma cor no crematório.”
Pierre Perret. Ferdinand, 1998.
Quem, de alguma maneira, frequenta o mundo acadêmico
sabe que este é povoado de paixões inúteis e de vaidades fúteis (e
igualmente inúteis). Mas poucos, entre nós, se dão o trabalho de
registrar por escrito os seus descontentamentos e ressentimentos.
Mas
este não parece ser o caso da França, cuja história das letras no século
passado é pródiga em rompimentos midiáticos entre intelectuais, como
ocorreu com um intelectual brilhante e politicamente atuante, Jean-Paul
Sartre, com outros não menos conhecidos, como Merleau-Ponty e Camus, com
quem o existencialista rompeu publicamente (1). Contudo, talvez o mais
espetacular e mais dramático dos rompimentos tenha ocorrido entre Sartre
e o igualmente romancista Louis Ferdinand Céline.
Ao contrário dos dois
casos citados acima, em que havia uma afinidade intelectual e
ideológica, além de uma relação de amizade, Sartre e Céline não se
frequentavam e não possuíam uma relação de proximidade ideológica. Nesse
sentido, o rompimento se deu unicamente através das letras, mas, como
já escrevemos, não foi por isso menos dramático e nem menos visceral.
Feitas estas breves considerações, elucidemos o contexto
no qual este rompimento público ocorreu. Céline, romancista
revolucionário, autor dos consagrados Mort à crédite Voyage au bout de lanuit,
tinha uma convicção política que o tornava, por assim dizer,
“infrequentável”, o antissemitismo. Depois da Segunda Guerra, ele foi
preso e julgado (nessa ordem), devido a sua militância intelectual nesse
espectro ideológico responsável pelo holocausto. E, ao menos
aparentemente, ele jamais negou o seu antissemitismo, como podemos ler
nessa entrevista, ocorrida no ano de 1960, concedida a Jacques
Darribehaude:
J.D.: E o antissemitismo surgiu no senhor a partir dessa tomada de consciência?
L.-F.C.: Ah, bem, eu vi um outro explorador. A Sociedade das Nações, eu vi muito bem que era através dela que isto ocorria (2).
Ainda que neste trecho citado o seu antissemitismo não
tenha sido declarado, não o é, todavia, negado, e esta posição política,
por parte de Céline, era pública e foi manifestada em alguns dos seus
textos (3). Em 1945, Sartre escreveu e publicou estas linhas sobre a
posição do seu colega de letras: “Se Céline pôde sustentar as teses
socialistas dos Nazistas, é porque ele era pago” (4).
Três anos mais
tarde, Céline teria tomado conhecimento deste texto e resolvido escrever
e tornar público um panfleto intitulado A l’agité du bocal, no
qual, com uma violência até então inédita, respondeu a Sartre e se
defendeu da acusação de ter sido um escritor pago pelo regime alemão e,
portanto, de ter sido um colaboracionista (no sentido descrito por
Sartre) (5). Um bom exemplo deste texto – e da sua virulência – seria
este: “Eis então o que escreveu este pequeno besouro Rola-Bosta [bousier no
original] enquanto eu estava na prisão correndo o risco de ser
enforcado” (6). E Céline continuou, página após página: “O que você está
querendo? Que me assassinem! É evidente!” (7). E, ainda: “Esses olhos
de embrionário? Esses ombros mesquinhos?... Essa pequena grande pança?
Uma tênia, é claro, um homem tênia localizado onde bem se sabe... e
filósofo!...” (8). E ainda mais: “Você é mau, sujo, ingrato, odioso,
inteligente como um asno, e isso não é tudo, J.-B. Sartre” (9). Ora,
estas são as vociferações de um homem que caiu em desgraça (com a
vitória aliada sobre os alemães), que tinha sido abandonado por todos,
que conhecia as mais diversas privações morais e financeiras, e que
sequer podia caminhar livremente, como se pode ler na já citada
entrevista: “Lugares onde ninguém nunca vai. Eu frequentei bastante
Saint-Malo, mas não é mais possível... Lá eu sou mais ou menos
conhecido” (10).
Estivemos no universo de um discurso de uma violência
inaudita de um intelectual contra outro, a “violência do discurso”, que
foi uma defesa de um homem caído emdesgraça contra o que ele julgou ser
um “discurso da violência”, o qual supostamente contribuiria para a sua
condenação à morte (11). Com esta sumária descrição, estamos muito longe
do ambiente de discordância intelectual que levou o rompimento de
Sartre com Camus e com Merleau-Ponty e entramos em um ambiente no qual
as palavras são utilizadas no seu limite. E o discurso do conceito, no
caso de Sartre, dá lugar à suposição leviana (que Céline era antissemita
era um fato, mas que ele teria sido pago pelos nazistas é meramente uma
suposição escrita e publicada enquanto ele poderia ser condenado à
morte) e à vociferação, e ao impropério (no caso de Céline). Contudo,
tudo isto deve ser compreendido dentro do seu contexto devido: a derrota
e a humilhação da França, a descoberta do extermínio em massa dos
judeus, a emergência da arma nuclear e as incertezas de um mundo ainda
em construção.Estávamos em um mundo longe de ser racional e “neutro”, e,
contrariando Hegel, afirmaríamos que ele era real.
Posto isto, resta ainda uma questão. Muito provavelmente
Sartre não tinha a intenção de causar a morte de Céline, ficcionista
que ele admirava profundamente (12), e as posições deste último eram,
desnecessário escrever, condenáveis, mas, até que ponto as posições
políticas de um autor devem condenar a sua obra? Afirmei, no início
deste breve artigo, que Céline foi o autor de dois celebrados romances, e
a sua posição política, então, deveria condenar ao “exílio intelectual”
a totalidade da sua obra? Esta incômoda pergunta merece ser colocada e
discutida em um espaço democrático, até porque romancistas e filósofos
de posições políticas dúbias ou, simplesmente, condenáveis, não faltam.
Devemos conceder que, ao “pé da letra” parte da obra de Nietzsche não
poderia ser lida e, a este título, deveria ser objeto de censura, e o
mesmo vale para Heidegger se pensarmos na sua carreira acadêmica (13).
Ora, o próprio Sartre poderia facilmente ser acusado de misoginia, se
nos restringirmos ao seu comportamento em relação às mulheres e a esta
pequena frase (raramente comentada) de um texto de 1945:
Em um andar de prédio, encontramos “em torno de uma mesa de chá” algumas destas grande mulheres de cabelos cinzas, inteligentes como homens, que, desde a guerra, representam a maioria destas associações (14).
Ora, a frase de Sartre somente poderia ser aceita se a
lêssemos desta maneira: “inteligentes à maneira dos homens”; mas nem
essa leitura a tornaria mais elegante. Contudo, não queremos comparar
eventuais “derrapadas” a uma profunda – e nefasta – convicção política,
apenas salientamos que o mundo das letras está pleno de conflitos e
mal-entendidos, assim como de apreços e desapreços. A crucial diferença,
neste caso, é que o rompimento se deu em uma época cujas incertezas
eram numerosas; o mundo havia acabado de passar por uma enorme
carnificina e havia conhecido o extermínio não apenas em massa, mas
premeditado, frio e quase burocrático. Nesse sentido, tanto a “frase
assassina” de Sartre quanto o panfleto violento de Céline podem ser
compreendidos como o “acerto de contas” com uma época passada. Ora, não
foi o romancista francês que abriu o seu panfleto antissemita com a
provocadora epígrafe, retirada do Almanach des Bons-Enfants, segundo a qual “não vai para o paraíso aquele que falece sem ter acertado todas as suas contas”?
notas
1
A sua biógrafa mais famosa, Annie Cohen-Solal, definiu estes rompimentos nestes termos: “Camus, Nizan, Fanon, Merleau: em 1960 e 191 Sartre vai acertar as contas, para o bem e para o mal, com estes quatro amigos” (1999, p. 729). Especificamente sobre o rompimento com Camus, citemos Lévy: “Resposta de Sartre [a uma carta de Camus à revista Les temps modernes], que, mordido, toma ele mesmo a pena: ‘diga lá, Camus, por qual mistério não se podem discutir suas obras sem que isso afete as razões de vida da humanidade? por qual milagre as objeções que lhe são feitas se tornam, de imediato, sacrilégio? ah, meu Deus, Camus, como você é sério e, para usar uma das suas palavras, como é frívolo! e se você estiver enganado? e se o seu livro [L’homme revolté] simplesmente demonstrasse a sua incompetência filosófica? e se ele fosse feito de conhecimentos apressadamente colhidos, e de segunda mão?’ A imprensa da época, os jornais e periódicos escandalosos, Samedi-Soir tanto quanto Le Monde, apoderam-se do evento, incentivam-no e atiçam, é claro, a briga. A partir desse dia, está tudo acabado” (2000, p. 355).
A sua biógrafa mais famosa, Annie Cohen-Solal, definiu estes rompimentos nestes termos: “Camus, Nizan, Fanon, Merleau: em 1960 e 191 Sartre vai acertar as contas, para o bem e para o mal, com estes quatro amigos” (1999, p. 729). Especificamente sobre o rompimento com Camus, citemos Lévy: “Resposta de Sartre [a uma carta de Camus à revista Les temps modernes], que, mordido, toma ele mesmo a pena: ‘diga lá, Camus, por qual mistério não se podem discutir suas obras sem que isso afete as razões de vida da humanidade? por qual milagre as objeções que lhe são feitas se tornam, de imediato, sacrilégio? ah, meu Deus, Camus, como você é sério e, para usar uma das suas palavras, como é frívolo! e se você estiver enganado? e se o seu livro [L’homme revolté] simplesmente demonstrasse a sua incompetência filosófica? e se ele fosse feito de conhecimentos apressadamente colhidos, e de segunda mão?’ A imprensa da época, os jornais e periódicos escandalosos, Samedi-Soir tanto quanto Le Monde, apoderam-se do evento, incentivam-no e atiçam, é claro, a briga. A partir desse dia, está tudo acabado” (2000, p. 355).
2
CÉLINE, Luis Ferdinand. A l`agitédu bocal. Paris: Herne, 2011, p. 77.
CÉLINE, Luis Ferdinand. A l`agitédu bocal. Paris: Herne, 2011, p. 77.
3
O seu mais famoso panfleto antissemita é o Bagatellespourun massacre, publicado em 1937 e jamais reeditado após o fim da Segunda Guerra Mundial, no qual ele acusa os judeus de realizarem uma “conspiração de silêncio”. Esta questão, infelizmente, ainda é atual na França. O humorista francês Dieudonné M`balaM`bala esteve, recentemente, no centro de uma polêmica que terminou com a proibição dos seus espetáculos pelo governo francês, uma vez que eram julgados, ao menos parcialmente, como antissemitas. Dieudonné foi criador da polêmica saudação “antissistema” chamada de quenelle, na qual um braço aponta para o solo enquanto outro se posiciona no ombro, a qual tem sido identificada como uma espécie de saudação nazista. No mês de fevereiro deste ano este humorista foi proibido de entrar na Grã-Bretanha, onde ele faria uma manifestação de solidariedade ao jogador de futebol Nicolas Anelka, que provavelmente será suspenso por fazer a quenelle durante a comemoração de um gol em uma partida do campeonato inglês. Recentemente, causou comoção, na França e na Bélgica francófona, a descoberta de que Herman van Rompuy, político flamengo, havia publicado em seu site um poema de um padre nacionalista flamengo e antissemita, Cyriel Verschaeve, que havia sido admirador do Nazismo e colaborador desse regime durante o período em que Bélgica esteve sob ocupação alemã. Ora, van Rompuy não é apenas um político regional, ele é o atual Presidente do Conselho Europeu...
O seu mais famoso panfleto antissemita é o Bagatellespourun massacre, publicado em 1937 e jamais reeditado após o fim da Segunda Guerra Mundial, no qual ele acusa os judeus de realizarem uma “conspiração de silêncio”. Esta questão, infelizmente, ainda é atual na França. O humorista francês Dieudonné M`balaM`bala esteve, recentemente, no centro de uma polêmica que terminou com a proibição dos seus espetáculos pelo governo francês, uma vez que eram julgados, ao menos parcialmente, como antissemitas. Dieudonné foi criador da polêmica saudação “antissistema” chamada de quenelle, na qual um braço aponta para o solo enquanto outro se posiciona no ombro, a qual tem sido identificada como uma espécie de saudação nazista. No mês de fevereiro deste ano este humorista foi proibido de entrar na Grã-Bretanha, onde ele faria uma manifestação de solidariedade ao jogador de futebol Nicolas Anelka, que provavelmente será suspenso por fazer a quenelle durante a comemoração de um gol em uma partida do campeonato inglês. Recentemente, causou comoção, na França e na Bélgica francófona, a descoberta de que Herman van Rompuy, político flamengo, havia publicado em seu site um poema de um padre nacionalista flamengo e antissemita, Cyriel Verschaeve, que havia sido admirador do Nazismo e colaborador desse regime durante o período em que Bélgica esteve sob ocupação alemã. Ora, van Rompuy não é apenas um político regional, ele é o atual Presidente do Conselho Europeu...
4
Segundo a introdução da edição de que nos servimos, esta frase foi escrita por Sartre em Portrait d`un Antisémite, publicado em Les Temps Modernes em Dezembro de 1945, e retomado mais tarde com o título Réflexions sur La question juive, pela prestigiosa editora Gallimard. Para maiores detalhes, ver referências.
Segundo a introdução da edição de que nos servimos, esta frase foi escrita por Sartre em Portrait d`un Antisémite, publicado em Les Temps Modernes em Dezembro de 1945, e retomado mais tarde com o título Réflexions sur La question juive, pela prestigiosa editora Gallimard. Para maiores detalhes, ver referências.
5
Bernard-Henri Lévy comentou brevemente a história deste texto: “Lembramo-nos, sobretudo, da incrível violência da resposta de Céline, enviada a Paulhan, mas recusada, e publicada por Albert Paraz no final do seu livro Le gala desvaches, sob o título A l`agitédu bocal (...)” (2000, p. 103).
Bernard-Henri Lévy comentou brevemente a história deste texto: “Lembramo-nos, sobretudo, da incrível violência da resposta de Céline, enviada a Paulhan, mas recusada, e publicada por Albert Paraz no final do seu livro Le gala desvaches, sob o título A l`agitédu bocal (...)” (2000, p. 103).
6
CÉLINE, Luis Ferdinand. Op. Cit., p. 09.
CÉLINE, Luis Ferdinand. Op. Cit., p. 09.
7
Id., p. 11.
Id., p. 11.
8
Id., p. 12.
Id., p. 12.
9
J.-B. Sartre: ironia de Céline, Jean-Paul Sartre metamorfoseia-se em Jean-Baptiste Sartre.
J.-B. Sartre: ironia de Céline, Jean-Paul Sartre metamorfoseia-se em Jean-Baptiste Sartre.
10
CÉLINE, Luis Ferdinand. Op. Cit., p. 86
CÉLINE, Luis Ferdinand. Op. Cit., p. 86
11
Isto, ao nosso ver, seria exagerar a influência política de Sartre na França do pós-guerra, mas, de qualquer sorte, todos sabemos quem travava a “boa luta”, e não era, certamente, Céline…
Isto, ao nosso ver, seria exagerar a influência política de Sartre na França do pós-guerra, mas, de qualquer sorte, todos sabemos quem travava a “boa luta”, e não era, certamente, Céline…
12
Citamos Simone de Beauvoir: “A atenção que prestamos ao mundo era assaz rigorosamente pelos tropismos de que falei; éramos capazes, entretanto, de certo ecletismo, líamos tudo o que aparecia; o livro francês que se nos afigurou mais importante foi Voyage aubout de na nuit de Céline. Sabíamos de cor uma porção de trechos” (1984, p. 138).
Citamos Simone de Beauvoir: “A atenção que prestamos ao mundo era assaz rigorosamente pelos tropismos de que falei; éramos capazes, entretanto, de certo ecletismo, líamos tudo o que aparecia; o livro francês que se nos afigurou mais importante foi Voyage aubout de na nuit de Céline. Sabíamos de cor uma porção de trechos” (1984, p. 138).
13
E não apenas na sua carreira, mas em certa parte do seu pensamento, como podemos observar aqui: “Pois a língua grega, medida pela possibilidade do pensamento, é, ao lado da alemã, a mais poderosa e a mais cheia de espírito”(1999, p. 85). Desta frase alguns deduziram de que somente era possível filosofar em Grego e Alemão. Sobre a “zona de sombras” da carreira acadêmica de Heidegger remeto o leitor ao subcapítulo 5 da primeira parte do livro O século de Sartre de Bernard-Henri Lévy.
E não apenas na sua carreira, mas em certa parte do seu pensamento, como podemos observar aqui: “Pois a língua grega, medida pela possibilidade do pensamento, é, ao lado da alemã, a mais poderosa e a mais cheia de espírito”(1999, p. 85). Desta frase alguns deduziram de que somente era possível filosofar em Grego e Alemão. Sobre a “zona de sombras” da carreira acadêmica de Heidegger remeto o leitor ao subcapítulo 5 da primeira parte do livro O século de Sartre de Bernard-Henri Lévy.
14
2003, p. 68. Grifo do autor.
2003, p. 68. Grifo do autor.
referência bibliográfica
BEAUVOIR, Simone de. A força da idade. Trad.: Sérgio Millet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
CÉLINE, Luis Ferdinand. A l`agitédu bocal. Paris: Herne, 2011.
COHEN-SOLAL, Annie. Sartre 1905-1980. Paris: Gallimard, 1999.
HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Trad.: Emmanuel carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1999.
LÉVY-BERNARD-HENRI. O século de Sartre. Trad.: Jorge Bastos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
sobre o autor
Adson Cristiano Bozzi Ramatis Lima é Coordenador do
Topoi, grupo de pesquisa em imaginário urbano & ideias
arquitetônicas. Endereço eletrônico:
<http://topoi-grupodepesquisa.blogspot.com.br/2012/09/topoi-grupo-de-pesquisa.html>
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